quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Coluna Prestes x Padre Cícero/Lampião


Padre Cícero.



 A  Coluna Prestes, foi um movimento liderado por militares, que faziam oposição à República Velha e às classes dominantes na época. Teve início em abril de 1925, no governo de Artur Bernardes (1922-1926).
No início da década de XX, o Brasil vivia sob o domínio das oligarquias rurais e setores médios urbanos, como os militares, por exemplo, começaram a questionar este poder e a pressionar por mais investimentos nas forças armadas.
 O primeiro levante militar ocorreu no Rio de Janeiro, liderado pelos tenentes do exército, que ficou conhecido como Tenentismo. Em 1924, surgiu uma nova rebelião, desta vez em São Paulo. Depois de muitos combates contra as tropas fiéis ao governo, os revoltosos se refugiaram no interior do Estado.
Enquanto isso, Luis Carlos Prestes, também militar, organizava outro grupo no Rio Grande do Sul. Em abril de 1925, as duas frentes de oposição, a Paulista liderada por Miguel Costa, e a Gaúcha, por Prestes, uniram-se em Foz do Iguaçu e partiram para uma caminhada pelo Brasil.Com aproximadamente mil e quinhentos homens, a Coluna Prestes percorreu 25.000 quilômetros.
  Por volta de 1925, boatos davam conta de que a Coluna Prestes rondava o Ceará. Ao tomar conhecimento de tal fato, o Presidente da República Artur Bernardes, que se esforçava para conter os tenentes rebelados, convocou ao Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, o deputado federal Floro Bartolomeu, incumbindo-o para organizar a "defesa do território cearense". Floro recebeu grande quantidade de armamento e dinheiro. Ao invés de convocar o governador José Moreira da Rocha para combater a Coluna Prestes, o presidente Artur Bernardes convocou Floro Bartolomeu, pois ele sabia que dando poderes ao deputado, era o mesmo que chamar os jagunços e coronéis do estado para lutar a favor do governo.Pois era de conhecimento de todos o envolvimento de Floro com os "Coronéis da região e de sua ligação com Padre Cícero.
 Voltando ao Ceará, Floro organizou um "batalhão patriótico", cujos membros eram todos jagunços enviados pelos "Coronéis" cearense. O deputado teve ainda a idéia de procurar o grupo cangaceiro de Lampião, para integrar a luta pela "defesa da legalidade". Para isso foi de suma a figura do padre Cícero, a quem o "rei do cangaço" nutria grande admiração e respeito.
 Floro envia uma carta convocando Lampião e a manda para o Padre Cícero avalizar. Um mensageiro vai atrás de Lampião. Enquanto isso, Bartolomeu, com a saúde debilitada, segue para o Rio.
Em Fevereiro, aparentemente sem ter recebido a carta de Bartolomeu, Lampião cuida de seus interesse pessoais em Pernambuco. Invade a fazenda de um antigo inimigo, mata dois, fere dois e incendeia a casa. Saindo desse ataque, no mesmo dia, tem um combate com a coluna, mas pensa que está lutando com a polícia.
Em Março, Lampião recebe a carta e segue para Juazeiro. Acampa com 49 homens perto da cidade e mais de 4 000 curiosos vão vê-lo. No dia 5, se encontra com o Padre Cícero e recebe uma patente de capitão dos Batalhões Patrióticos, assinada, acredite, por um funcionário do Ministério da Agricultura. Mais tarde esse homem diria que, naquelas circunstâncias, assinaria até exoneração do presidente. Todos os cangaceiros recebem uniformes e fuzis automáticos. No dia 8, Floro morre.
 Lampião parte decidido a cumprir o combinado, mas é perseguido em Pernambuco, o que o desaponta.Volta para falar com o Padre Cícero. Como este não o recebe, interrompe sua carreira de defensor público e retoma a rotina de crimes.
Esse episódio deixa claro que o governo, as elites, a igreja e até os bandidos se unem para manter a ordem pré- estabelecida e não perder seus privilégios, sempre submetendo o povo aos seus interesses.


O secretário de padre Cícero, Benjamim Abraão, ao lado do bando de Lampião. O libanês registrou as únicas imagens fotográficas do cangaço.

Um comentário:

  1. "no mesmo dia, tem um combate com a coluna, mas pensa que está lutando com a polícia."

    errado! esse combate não aconteceu de forma alguma

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